A Revolta da Indústria

Você já deparou-se com algum tipo de mudança? Pois bem, esta inicia-se a partir do momento em que algo, de alguma forma, não mais lhe satisfaz. Se estiver cansado de ver um vaso de plantas em um canto da sala, em alguns minutos pode-se movê-lo ao canto oposto, ou ainda retirá-lo do ambiente. Porém, a realidade dessa condição passa a um plano complexo quando sua imagem refletida no espelho não é a mesma que lhe move por dentro.

Empresas com padrões hollywoodianos movimentam bilhões de dólares através de imagens construídas através de moldes, com um único objetivo: antingir metas, emplacar nas vendas. Aos olhos de uma criança, fazer parte da programação de uma das mais bem-sucedidas empresas multinacionais produtoras de conteúdo, pode trazer uma série de sentimentos-clichê como fama, glamour, e o predominante: ser reconhecido pelo seu trabalho. A atriz Miley Cyrus, por exemplo, teve a sorte de ingressar no elenco de uma das séries mais lucrativas da Disney, tendo inclusive o roteiro adaptado à parte de sua vida no interior dos Estados Unidos.

A série infantil intitulada “Hannah Montana”, implacou também os resultados da indústria fonográfica, abrindo assim, as portas para Cyrus, que tinha na época 13 anos. Eis que hoje, com 17, na tentativa de apagar essa imagem aos olhos dos consumidores, sofre uma alteração não apenas de figurino, como na própria música, onde expressa claramente em uma delas: “todo esse tempo, eu fui enganada”. Não é oficial que a música Robot, de sua própria autoria seja uma afronta àqueles que tentaram moldar sua personalidade anteriormente, mas tal argumento pode ser encontrado nas entrelinhas, além de entrevistas onde ela própria reforça tais idéias.

Eis a revolta da indústria. Contra quem? Ela própria. A tentativa de fuga é realizada pelo sentido anti-horário dentro do círculo, porém ainda utiliando-se deste para tal. Ou seja, ilusoriamente estão lutando contra, quando na verdade reforçam o processo.

O mesmo aconteceu com a banda britânica McFly, que ao discordarem de executivos da ex-gravadora sobre o que produzir e o que seria ou não comercial, abrem sua própria gravadora, distribuindo os novos cds gratuitamente como parte de uma edição de um jornal inglês. Neste, estão presentes composições que por sua vez apresentam também uma crítica à “indústria dos moldes”. São novamente incorporados a partir do momento que lançam uma “edição de luxo” do CD, numa edição para venda. Além disso, a distribuição destes continuando sob a responsabilidade da Universal Music, como na gravadora anterior.

Ainda que no sentido contrário, dentro deste ciclo vicioso os artistas estão presos, ainda que não aprovem tal condição.

Confira abaixo as letras citadas nest post:

Miley Cyrus – Robot
Tradução:

  • http://www.vagalume.com.br/hannah-montana/robot-traducao.html

  • McFly – One For The Radio
    Tradução:

  • http://www.vagalume.com.br/mcfly/one-for-the-radio-traducao.html
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